14 janeiro 2024

obrigada Luana de 2023

Há um ano, eu vivia momentos solitários. Perdida em pensamentos doloridos e medrosos, eu tentava sobreviver ao meu primeiro transplante de medula.
Foi traumático, foi intenso, tirou parte de mim, a qual estou reconstruindo até hoje.
Há um ano eu estava presa em uma cama e chupava geladinho para que as quimioterapias não causassem tanto efeito na minha boca. Eu chorava escondido com medo de minha mãe perceber todo o medo e pânico no meu rosto. Eu não conseguia comer, mas tentava engolir qualquer coisa para me manter viva.
Há um ano eu pensava que definitivamente não ia fazer o segundo transplante. Que aquilo tudo era uma loucura. Que eu não era forte coisa nenhuma, que ia desistir de tudo, que era melhor morrer.

Eu achei que era melhor morrer.

E agora, um ano depois, estou grata pela Luana que lá atrás não desistiu, que seguiu a passos lentos, pisando em falso muitas vezes, mas que seguiu em frente.

Talvez seja muito egoísmo agradecer a mim por sobreviver, mas o que sinto nesse momento é a vontade de gritar bem alto: 
OBRIGADA LUANA POR TER SEGUIDO EM FRENTE.

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